Utilizar contêineres marítimos para habitação é uma tarefa para profissionais experientes.
Além de um bom projeto, capaz de transformar uma caixa metálica num lar, a aquisição da matéria-prima exige conhecimento do fornecedor e um processo para nacionalização. A compra envolve licenciamento ambiental, desinfecção, teste de radiotividade e documentação.
O procedimento é necessário porque não há como garantir a procedência da caixa e nem saber que tipo de material foi transportado nela. “Uma unidade pronta para transformação custa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil no mercado”, diz Andre Krai, da Loja Container Ecology Store. Mesmo descartados para uso em transporte, os contêineres fazem parte de um mercado global, obedecem à lei da oferta e da procura e o custo varia segundo a movimentação do comércio internacional. De acordo com dados da World Shipping Council (WSC), há mais de 18 milhões de caixas metálicas para transporte marítimo circulando pelo mundo. Cerca de 5% do total de unidades são descartados todos os anos para reciclagem.
O tempo para utilização dos contêineres nos transportes é entre dez e 15 anos. Apesar do alto volume, o preço do contêiner usado no Brasil não é muito diferente das unidades que saem novinhas das fábricas chinesas, a um valor médio de US$ 3 mil. “O uso de unidades recicladas é uma questão de sustentabilidade. É claro que a expectativa é de que o preço seja muito baixo. Mas para moradia isso não existe”, alerta o arquiteto Danilo Corbas.
Fonte: Valor Econômico